Sinto-me assim, outra vez. Como perguntas tu, e eu, também. Não sei como me sinto, sinto que não sinto nada e sinto como sentisse tudo, tudo aquilo que as outras pessoas não sentem ou não querem sentir, a mim dá-me prazer. Dá-me gosto ver que o que sinto, que é um tudo, passe de repente para um nada, um vazio, que faz um eco enorme que ninguém ouve, esse vazio que respira num constante círculo de levezinhos suspiros. Esse nada deixa-me com um sorriso estúpido com a boca inclinada para o lado direito, como uma criança que recebe um presente e gosta porque é colorido e tem desenhos mas não percebe como se utiliza, ou mesmo a razão por o receber. É esse sorriso de que te falo. É essa angústia que eu sinto. É essa dor que me consome. É essa verdade que eu não fujo. É essa a ingenuidade que me envolve. É essa a ferida que dói. É esse suspiro que me corta a respiração. É esta a lucidez que eu necessitava. É essa a luz que não quero ver. É isso que não pretendo fazer.
3 comentários:
Adorei querida, muito muito bom*
"É essa a ingenuidade que me envolve. É essa a ferida que dói. É esse suspiro que me corta a respiração." Gostei tanto. Está lindo, mesmo.
Adorei as palavras!
bjo ;)
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