quarta-feira, 14 de julho de 2010


Olho para ti e vejo um pouco do que já fui, os teus sonhos são parecidos com os meus, as tuas mãos têm a temperatura das minhas. Lembras-me uma decalcomania daquelas que se colam com água e depois nunca mais saem e eu gosto que faças parte dos meus dias e gosto de fazer parte dos teus e gosto ainda mais de saber que pode ser para a toda a vida.
Os amigos não se fazem, reconhecem-se, disse o poeta que escreveu e de repente, não mais que de repente... de repente, tudo pode acontecer, basta um instante, as pessoas cruzam-se por acaso para nunca mais se separarem, e é então que percebemos que nada é por acaso, que afinal estar naquele sítio àquela hora era apenas a forma de nos aproximarmos e ficarmos mais ricos, mais cheios, melhores.
Tu já sabias que ia ser assim, tens o olhar dos adivinhos e a intuição dos grande sábios, mas eu não fazia ideia nenhuma e por isso vou saboreando o presente como este presente que a vida me deu, a tua amizade, o teu tempo, a tua atenção, a tua discrição, a tua lealdade, a tua estima e preocupação, o teu bem querer, o teu conforto, pensando que a vida é grata e atenta e nos vai dando o que precisamos, basta estar atento aos sinais e saber segui-los com cuidado e humildade, aceitando os desvios e enfrentando os inevitáveis precipícios, descansando sempre que é preciso, sem nunca parar, sem nunca desistir, sem entregar as armas nem o coração.

Margarida Rebelo Pinto

2 comentários:

Anónimo disse...

a margarida diz tanto !

Nitinha disse...

Muito bom, adoro essa grande escritora, consegue dizer sempre coisas que todas nós sentimos, umas numa fase, outras noutra :D

Grande blog :)